Estudo internacional aponta que barreiras psicológicas e culturais continuarão impedindo a aceitação de insetos na alimentação ocidental, apesar de benefícios sustentáveis
Um novo estudo publicado na revista npj Sustainable Agriculture aponta que a rejeição psicológica — sobretudo o nojo — será o maior obstáculo para consolidar insetos comestíveis como alternativa à carne no Ocidente.
Segundo os pesquisadores, apesar de décadas de incentivo ao consumo de fontes proteicas mais sustentáveis, o chamado “fator repulsa” permanece como barreira quase intransponível para a aceitação popular.
A pesquisa, intitulada Beyond the Buzz: Insect-based Foods are Unlikely to Significantly Reduce Meat Consumption, analisou estudos sobre a percepção de consumidores em relação a proteínas alternativas. Enquanto a aceitação de substitutos vegetais da carne alcançou até 91%, os alimentos à base de insetos ficaram restritos a apenas 20% de intenção de consumo — mesmo quando processados em formas pouco reconhecíveis, como pós ou misturas em produtos familiares.
Apesar de frequentemente exaltados por sua menor pegada ambiental, os insetos ficaram atrás das proteínas vegetais em termos de sustentabilidade, viabilidade econômica e bem-estar animal. O estudo também revela que menos de 1% dos investimentos no setor de insetos visa produtos destinados a substituir carne diretamente, com a maioria voltada a snacks de nicho ou ingredientes complementares.
Outro ponto de destaque foi a análise de impactos ambientais relacionados à produção de rações com larvas de mosca soldado negra, que demonstraram desempenho ambiental até 13,5 vezes pior do que a soja em alguns indicadores no Reino Unido.
Diante da baixa demanda e dos altos custos, muitas empresas de insetos comestíveis migraram para a produção de rações para animais de estimação ou insumos para alimentação animal, ainda assim enfrentando barreiras de eficiência e viabilidade. Grandes players do setor, como a Ÿnsect e a Aspire Food Group, já entraram em processos de falência.
Com a produção pecuária sendo responsável por cerca de 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, a busca por alternativas proteicas sustentáveis se torna cada vez mais urgente. Porém, segundo os autores do estudo, insetos não devem ser a solução para consumo humano no Ocidente no curto prazo.
Para formuladores de políticas públicas e profissionais da indústria de alimentos no Brasil, a lição é clara: focar no desenvolvimento de proteínas vegetais e carnes cultivadas pode gerar maior aceitação cultural e melhores resultados ambientais. Além disso, a implementação de boas práticas de fabricação e o desenvolvimento de produtos com apelo sensorial positivo devem permanecer como prioridade para reduzir a dependência de proteína animal tradicional.
Acesse o estudo completo: https://www.nature.com/articles/s44264-025-00075-z
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