Estabelecimento produzia cerca de 10 mil unidades por dia em condições insalubres e já havia sido interditado anteriormente pela vigilância sanitária
Uma operação realizada pela Delegacia do Consumidor (Decon), com apoio da vigilância sanitária, interditou nesta quarta-feira (4/6) uma fábrica clandestina de salgados árabes localizada no bairro do Andaraí, Zona Norte do Rio de Janeiro. O estabelecimento operava em condições precárias de higiene e segurança alimentar, contrariando normas essenciais estabelecidas pelas Boas Práticas de Fabricação (BPF) e pela legislação sanitária vigente.
No local foram encontrados diversos fatores de risco, incluindo:
- Presença de pragas urbanas como baratas e ratos circulando na área de manipulação;
- Matérias-primas armazenadas de forma inadequada, com alimentos espalhados no chão;
- Utensílios com restos de produtos e sinais de contaminação cruzada;
- Uso de óleo reutilizado em condições impróprias;
- Estrutura física com sinais de mofo e infiltração.
A fábrica já havia sido interditada anteriormente em 2024 e reincidiu nas atividades irregulares. Segundo o delegado responsável, Wellington Vieira, além das irregularidades sanitárias, o local não possuía licença de funcionamento nem alvará, configurando atividade clandestina.
Estima-se que a fábrica clandestina distribuía cerca de 10 mil salgados por dia, abastecendo pontos de venda informais em diversas regiões do Rio, incluindo bairros turísticos e de grande circulação como Leblon, Ipanema, Barra da Tijuca e Centro. A extensão da distribuição amplia o potencial risco à saúde pública, uma vez que produtos preparados sem controle higiênico-sanitário podem veicular patógenos como Salmonella spp., Listeria monocytogenes e Staphylococcus aureus, entre outros.
Durante a ação, dez pessoas foram conduzidas à Delegacia, sendo cinco sírios e um taxista brasileiro autuados em flagrante por crimes contra as relações de consumo e associação criminosa, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o Código Penal Brasileiro.
O delegado informou ainda que a Polícia Federal e a Embaixada da Síria foram acionadas para apurar a situação migratória dos estrangeiros envolvidos, enquanto o proprietário do imóvel foi notificado para o cancelamento do contrato de locação.
Este caso serve como alerta para todos os profissionais da área de alimentos sobre a importância da adoção rigorosa de Boas Práticas de Fabricação (BPF), controle de pragas, manutenção adequada da estrutura física e atendimento às exigências legais para o funcionamento de estabelecimentos de alimentos. Além disso, reforça o papel da vigilância sanitária e dos órgãos fiscalizadores na proteção da saúde pública.
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