Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos coletará mais de 3.500 amostras em 26 estados e no Distrito Federal até dezembro.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu início, em 5 de maio de 2025, ao novo ciclo do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), com coletas que se estenderão até 5 de dezembro em diversos estados brasileiros e no Distrito Federal. A iniciativa, em parceria com as Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais e o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Funed), visa fortalecer o controle sanitário dos alimentos que chegam à mesa do consumidor.
O ciclo de 2025 contempla a coleta de 3.505 amostras, abrangendo 13 alimentos prioritários: abacaxi, amendoim, batata, brócolis, café (em pó), feijão, laranja, mandioca (farinha), maracujá, morango, quiabo, repolho e trigo (farinha).
As coletas estão sendo realizadas no Distrito Federal e em 26 estados, compondo o terceiro ciclo do Plano Plurianual 2023–2025. Esse planejamento prevê o monitoramento de 36 alimentos que representam cerca de 80% do consumo nacional de alimentos de origem vegetal, com foco na segurança alimentar e na saúde pública.
O cronograma de coletas foi elaborado com a participação dos profissionais que integram o Para. Como parte das ações preparatórias, a Anvisa promoveu, em 29 de abril, o Webinar de Treinamento do Ciclo 2025, que contou com mais de 120 agentes das Vigilâncias Sanitárias locais.
A logística das amostras conta com a participação da empresa PariPassu, responsável pelo transporte, em colaboração com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Desde 2022, essa parceria, formalizada por Acordo de Cooperação Técnica, busca aprimorar a qualidade e a segurança dos alimentos, especialmente frutas, legumes e verduras, no tocante aos resíduos de agrotóxicos.
O Para, criado em 2001, é um dos principais instrumentos para garantir a segurança sanitária dos alimentos no Brasil. Desde sua criação, o programa evoluiu significativamente: de nove alimentos e cerca de 100 agrotóxicos monitorados para a atual análise de mais de 300 agrotóxicos em 36 alimentos. Até hoje, já foram analisadas mais de 45 mil amostras.
O profissional da área de alimentos deve estar atento aos resultados do Para, que orientam políticas públicas, ações regulatórias e práticas de autocontrole em indústrias, supermercados e serviços de alimentação. Além disso, esses dados subsidiam auditorias sanitárias e ajustes em programas como o APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) e BPF (Boas Práticas de Fabricação).
As coletas seguem princípios reconhecidos internacionalmente, como os estabelecidos pelo Codex Alimentarius, garantindo representatividade das amostras em relação aos produtos consumidos pela população. As análises laboratoriais obedecem às normas, utilizando metodologias validadas internacionalmente.
O rigor técnico e a transparência dos processos reforçam a credibilidade do programa e sua importância como ferramenta de proteção à saúde pública e de promoção da segurança alimentar no Brasil.
A participação ativa de profissionais da indústria e do varejo é fundamental para garantir que os alimentos disponibilizados ao consumidor atendam aos limites máximos de resíduos de agrotóxicos estabelecidos pela Anvisa. Para isso, recomenda-se a implementação de programas de monitoramento interno e o alinhamento com fornecedores quanto às práticas agrícolas seguras e ao uso responsável de defensivos agrícolas.
Além disso, o ciclo 2025 do Para reforça a necessidade da manutenção de registros e da rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva, práticas essenciais para atender às exigências sanitárias e garantir a conformidade dos produtos alimentícios.
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