Surto de contaminação destaca a importância do controle rigoroso da água na indústria.
Um surto de infecção em massa na cidade de Morada Nova, interior do Ceará, deixou mais de 700 funcionários de uma fábrica de calçados doentes.
O laudo divulgado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) identificou a presença de bactérias e vírus tanto na água quanto nos alimentos consumidos no local.
O Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) detectou na água bactérias como Escherichia coli e coliformes totais. Já nos alimentos, foram encontradas as bactérias Bacillus cereus e Estafilococos coagulase positiva. Entre os vírus, foi identificado o Rotavírus A, causador de diarreias severas.
A Sesa realizou uma série de medidas, como inspeções sanitárias e entrevistas com mais de 400 funcionários, para controlar o surto. Segundo o órgão, a situação está sob controle, e a empresa será autuada e responderá a um processo administrativo sanitário.
A água é um componente essencial em diversos processos industriais, principalmente no setor de alimentos e bebidas. Ela é utilizada para limpeza e sanitização de equipamentos, como ingrediente ou veículo para incorporar ingredientes em alimentos. No entanto, sua qualidade deve ser rigidamente controlada para evitar riscos à saúde pública e garantir a segurança dos produtos.
A legislação, estabelece padrões rigorosos para a qualidade da água destinada ao consumo humano, incluindo requisitos microbiológicos e físico-químicos. Por exemplo, a presença de Escherichia coli ou coliformes termotolerantes deve ser inexistente em 100 ml de água para consumo. Além disso, parâmetros como turbidez e pH também precisam atender a padrões regulamentados.
No caso da fábrica em Morada Nova, as análises indicaram a presença de Escherichia coli, um indicador de contaminação fecal, e coliformes totais na água utilizada no local. Essa falha no controle da qualidade permitiu que a água contaminada atuasse como um veículo de transmissão de doenças, resultando em um surto que afetou centenas de trabalhadores.
O armazenamento inadequado e a falta de monitoramento contínuo podem agravar a situação, permitindo a contaminação cruzada e colocando em risco não apenas os trabalhadores, mas também os consumidores finais de produtos que dependem de água no processo produtivo.
A Coopershoes, responsável pela fábrica, afirmou em nota que ainda não foi oficialmente notificada sobre os resultados das análises. A empresa alegou que a água utilizada no local era fornecida pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e que uma análise independente contratada por ela apontou que a contaminação já existia antes da água chegar à fábrica.
Após os primeiros casos, a empresa substituiu os bebedouros por água mineral e ajustou processos de higienização de utensílios. A Coopershoes reafirmou seu compromisso com a saúde dos funcionários e afirmou colaborar integralmente com as investigações.
Em resposta, o SAAE de Morada Nova negou irregularidades no abastecimento de água, destacando que as análises realizadas na estação de tratamento confirmam padrões de potabilidade. O órgão também afirmou que a água fornecida à fábrica é a mesma distribuída a outras áreas da cidade, onde não houve registro de infecções.
Com o surto controlado, a fábrica aguarda os desdobramentos do processo administrativo. A Sesa destacou a importância de reforçar as práticas de higiene e monitoramento sanitário para evitar novos incidentes.
A experiência reforça a necessidade de investir em programas robustos de controle da qualidade da água, que sejam sustentados por análises periódicas e conformidade com a legislação. A segurança dos trabalhadores e a integridade dos processos produtivos dependem diretamente de uma gestão eficaz dos recursos hídricos.
Em todas as etapas da produção, a indústria deve implementar programas rigorosos de autocontrole que tratem a água como uma matéria-prima crucial. Isso envolve a realização de análises frequentes e o monitoramento de parâmetros como cloro residual livre, pH e a presença de microrganismos patogênicos. Quando houver alterações substanciais no abastecimento ou no tratamento da água, é altamente recomendada a implementação de um plano de análises completo.
No setor de produtos de origem animal, por exemplo, temos diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que exigem a coleta regular de amostras de água, além de ajustes nas instalações para assegurar o armazenamento e a distribuição adequados de água potável, garantindo assim a segurança alimentar e a conformidade com as normas sanitárias.
Na indústria de alimentos e bebidas, atender às exigências regulatórias e manter programas de autocontrole eficientes é fundamental para garantir a qualidade e a segurança dos produtos. A água, sendo um dos recursos mais críticos no processo produtivo, deve ser tratada e monitorada com rigor para evitar riscos à saúde pública e impactos negativos nos negócios.
A falta de um controle eficaz pode resultar em contaminação cruzada, alterações no padrão de identidade e qualidade dos produtos, e até mesmo em surtos de doenças de origem alimentar. Consequentemente, a empresa pode enfrentar multas, interdições, perdas financeiras e danos à reputação.
Para evitar tais consequências, os profissionais responsáveis devem:
Disponibilizamos ferramentas, materiais e planos estruturados que auxiliam empresas na criação e manutenção de programas de autocontrole, incluindo manuais, checklists e modelos de plano de controle da potabilidade da água. Com isso, ajudamos as empresas a se alinharem às exigências legais, mitigarem riscos e garantirem a produção de alimentos seguros e de qualidade.
Investir no controle da qualidade da água é investir na sustentabilidade e no sucesso do seu negócio. Se precisar de suporte, conte conosco!
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