12/04/2018
Micróbios espalhados vêm das fezes, que podem ser lançadas no ar quando damos descargas, especialmente nos sanitários sem tampa.
Usar secadores automáticos para secar as mãos pode deixá-las mais contaminadas e sujas do que estavam antes. Segundo um estudo publicado este mês na revista especializada Applied and Enviromental Microbiology, estes secadores sugam os coliformes fecais do ar e os sopram na sua mão, além de espalhá-los por todo o ambiente.
Os cientistas responsáveis pela pesquisa compararam o ar normal do banheiro com o de jatos de secador de mãos e descobriram que colônias bacterianas se desenvolveram muito mais em amostras expostas ao secador. De acordo com o estudo, os secadores de mãos sugam o ar do banheiro, expelindo-as rapidamente, e nos breves momentos em que suas mãos ficam em contato com a saída de ar, elas serão expostas a muito mais bactérias do que o habitual.
“As bactérias nos banheiros vêm das fezes, que podem ser lançadas no ar quando damos descargas, especialmente nos sanitários sem tampa”, disse Peter Setlow, professor da Universidade de Connecticut e um dos autores do estudo, à revista Newsweek.
Pesquisa e Descobertas
De acordo com a revista Live Science, a pesquisa mostrou que os secadores de mão de ar quente participam na disseminação de bactérias potencialmente perigosas. Para a realização do estudo, os pesquisadores coletaram amostras de 36 banheiros da Escola de Medicina da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, para a bactéria Bacillus subtilis, também chamada de PS533, geralmente encontrada em ambientes laboratoriais. Os resultados da pesquisa determinaram que a PS533 foi detectada em todos os banheiros testados, especialmente quando os secadores estavam ligados.
Além disso, os pesquisadores verificaram a parte interna dos secadores para ver se um possível acúmulo microbiano local poderia influenciar no número de bactérias espalhadas pelo ar. Apesar de terem encontrado algumas bactérias no equipamento, isso não foi suficiente para explicar a quantidade de micro-organismos distribuídos pelo fluxo de ar.
Segundo Setlow, os esporos da B. subtilis, que podem sobreviver por anos, não representam riscos para a saúde humana, mas sua presença nos banheiros indica que as bactérias se espalharam pelo ar de todo o edifício. De acordo com os cientistas, os secadores de mãos poderiam ser uma das formas pelas quais essas bactérias se infiltraram no prédio.
Apesar de recomendar o uso de um filtro HEPA, tecnologia de alta eficiência usada na separação de partículas, os cientistas admitem que a medida não é eficiente o bastante. Em teoria, a adição desse filtro impede que partículas de bactérias sejam pulverizadas sobre as mãos recém-limpas. No entanto, quando a equipe adaptou alguns de seus secadores com filtros HEPA, apenas 75% das bactérias foram bloqueadas. Mesmo que pareça muito, o resultado não é o ideal.
Para evitar a contaminação, Setlow está aderindo às toalhas de papel, assim como a Universidade de Connecticut, que as adicionou em todos os banheiros investigados no estudo.
Fonte: Revista Veja
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